#01 | Desafios de uma recém-casada.

Querida amiga,

Esta é a minha primeira carta para você. Respondendo a sua pergunta de quais foram os meus maiores desafios como uma recém casada, eu encontro a certeza de que, em meio a tantas coisas especiais no meu casamento até aqui, a lista de desafios também seria grande, risos. Portanto, nesta carta vou escrever um deles.

Antes de tudo, desejo que você saiba que, por mais que você tenha dito que as fotos do meu casamento ficaram lindas — o que eu preciso concordar, o meu casamento está longe de ser perfeito. Eu e o Rô passamos por desafios e ainda temos que encarar muitos e muitos ajustes em nós. Portanto, minha amiga, a primeira coisa que eu a aconselho é cuidar para que você não caia na armadilha dos padrões.

Mas como assim “padrões”?

Nos primeiros meses, como tudo era muito novo para mim, eu estava sempre olhando para os casais de fora para entender o que eu e o Rô deveríamos nos tornar. É saudável para nós aprendermos com casais mais maduros. Ao mesmo tempo, me sentia frustrada por não estar vivendo com o meu marido as mesmas experiências que eles viviam. Achava que existia algum certo tipo de regra ou padrão de como deveríamos ser/agir para que o casamento fosse bem sucedido. Por exemplo: "Se não ganharmos X por mês, então estamos fracassando financeiramente como casal", ou "se em uma discussão as coisas pioravam, logo pensava que casais saudáveis não deveriam passar por isso", “se não fizermos sexo X vezes por semana, algo está errado com a gente"... e por aí vai.

A história de cada casal é singular e não pode ser igualada a nenhuma outra.

Se rodear de pessoas maduras e que possam aconselha-los e ajudá-los a crescer é fundamental, mas jamais diminua a história de vocês por ela ainda não ser como você imaginou ou por não suprir as expectativas dos outros em relação a como o casamento de vocês deveria se parecer.

Eu percebi que muitas dessas minhas idealizações e padrões vinham da minha própria história de vida. Por exemplo: Meu pai sempre foi o provedor da nossa casa, um homem muito bem sucedido quando o assunto é trabalho e negócios, minha mãe sempre cuidou da nossa casa com muita excelência e se dedicou ao ministério. Na minha mente, este foi o padrão que aprendi sobre o que deveria ser um casamento. Mas, diferente da realidade dos meus pais, como esposa hoje, preciso arcar com grande parte das despesas e trabalhar ativamente para ajudar em casa. Uma realidade de casamento, até então, desconhecida para mim. O Rô também teve que abrir mão de muitas coisas que ele havia idealizado/ aprendeu sobre o casamento. Um dia posso contar mais.

Todos nós carregamos bagagens, padrões e idealizações daquilo que aprendemos ao longo das nossas vidas. Seja com a nossa família, experiências de vida e até mesmo pela mídia.

Chega uma hora, que precisamos abrir mão de algumas bagagens do passado para construir o futuro que desejamos com o nosso cônjuge.

Eu espero que você possa amar a história de vocês, com todas as coisas incríveis e as desafiadoras. Que vocês cresçam no Amor, a medida que se protegem contra a armadilha da comparação ou da frustração para que ela não roube a esperança de vocês neste processo.

Até a próxima carta.

Com amor,

Mari.